Cerca de três dezenas de pessoas, munidas de galochas e luvas de borracha, aceitaram o desafio e colocaram mãos-à-obra ou, melhor, mãos no peixe.
A segunda edição da «Despesca» - assim conhecida no mundo do salgado - decorreu a 19 de Novembro, na Salina Municipal do Corredor da Cobra.
O dia ensolarado ajudou marnotos, técnicos e também os voluntários desta que é uma actividade tradicional praticada há dezenas de anos pelos proprietários e marnotos das salinas.
A Despesca acontece entre os dias 1 de novembro e 28 de fevereiro, nos viveiros naturais, a maioria de exploração comunitária, que abastecem o salgado e são alimentados pelas águas do rio que entram pelo cubo (espécie de comporta). Uma vez entrada a água, esta fica retida conforme as necessidades dos marnotos, até que seja feita a «despesca», ou seja, o momento em que essa mesma água é esgotada para o canal, ficando o viveiro e o peixe que ele contém a seco. O peixe retido na lama é recolhido por intermédio de redes para, posteriormente, ser leiloado no local.
Na salina municipal, peixes vários, enguias e caranguejos foram os ingredientes para um almoço comunitário retemperador, depois de uma manhã passada a «despescar» ou, no caso das várias crianças presentes. a brincar e a aprender muito, dos nomes dos peixes à maneira de distinguir um caranguejo macho de um caranguejo fêmea.