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PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ

Governo estuda solução «bypass» para repor areais a sul do rio Mondego

15 JUN. 2019

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O Governo está a estudar a possibilidade de a reposição de areia na zona costeira da Figueira da Foz a sul do rio Mondego ser feita através de um sistema de bombagem permanente, disse este sábado o Ministro do Ambiente.

Conhecida como "bypass", esta é "uma solução mecânica que nunca foi tentada em Portugal e tem, naturalmente, de ser bem avaliada" antes de se avançar para a sua eventual aplicação, garantiu João Pedro Matos Fernandes, no final de uma visita aos trabalhos de reforço dunar na praia da Cova Gala.

"Pode ser o 'bypass' uma boa solução? Vamos estudá-la e é isso exactamente o que estamos a fazer", afirmou, em declarações à agência Lusa.

O Ministro do Ambiente e da Transição Energética, que esteve no concelho da Figueira da Foz, na companhia da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, de outros governantes e do Conselho de Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF, S.A.), retomou ideias que defendeu ao intervir no Espaço Cultural e de Convívio dos Pescadores de São Pedro, no Portinho da Gala.

Por duas vezes, na zona dunar e à entrada desta sessão, em que os "projectos de mitigação dos riscos de erosão costeira, cheias e inundações" foram apresentados pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, o Ministro do Ambiente foi interpelado por activistas do SOS Cabedelo, que preconizam a reposição de 10 milhões de toneladas de inertes, nas praias a sul do Mondego, pelo método 'bypass'.

"Eu não sinto que haja aqui nenhuma divergência de fundo" com os membros do movimento, disse, mencionado a existência de "documentos que falam" dessa solução.

Na sua opinião, a transferência de areias através deste sistema dos locais onde existe areia em demasia, como acontece na praia da Figueira da Foz, entre o cabo Mondego e o primeiro esporão a sul, "parece de facto o ovo de Colombo".

"A verdade de cientistas que muito estimo, num trabalho feito para todo o litoral, não é a verdade revelada", constituindo as suas palavras "uma opinião que muito consideramos", acentuou.

Mas o Governo vai "ter de avaliar caso a caso", indicou à Lusa Matos Fernandes, após trocar algumas impressões com os ambientalistas.

"Vamos ver se há condições técnicas e se é ou não é uma boa decisão. Por nós, não temos aqui nenhum preconceito", acrescentou.

Depois de o esporão 5, na Cova Gala, ter sido afetado pelas ondas do mar, o Governo decidiu "intervir depressa e intervir bem", utilizando "apenas métodos de engenharia natural" e transferindo inertes da dragagem para a zona.

"Não se resolvem estes problemas despejando pedras no areal", disse o Ministro do Ambiente, numa sessão em que a APA apresentou uma aplicação para telemóveis para os frequentadores das águas balneares.

Fonte: LUSA

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