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Arrancou a ampliação do Cais Comercial do Porto da Figueira da Foz: “uma obra que vai ficar para o futuro”

28 JUL. 2025

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Realizou-se na semana passada a cerimónia que assinala o início de uma nova fase da empreitada de Melhoria das Acessibilidades Marítimas e Infraestruturas do Porto da Figueira da Foz, com a cravação da primeira estaca da ampliação do Cais Comercial. O momento contou com a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, e o Presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, marcando o arranque de uma obra que pretende reforçar a competitividade e a capacidade operacional do porto. Na cerimónia esteve ainda o Capitão do Porto, a presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, o presidente comunidade portuária da Figueira da Foz, o Comandante do Destacamento de Controlo Costeiro da Figueira da Foz, as representantes da Delegação de Saúde, da Autoridade Tributária, e ainda o Conselho de Administração do Porto da Figueira da Foz.

Adjudicada à Mota-Engil, a empreitada representa um investimento de mais de 20 milhões de euros, com conclusão prevista para 2026. A intervenção contempla o aprofundamento do canal de navegação e o alargamento da frente de cais, de forma a permitir a receção de navios de maior dimensão, acompanhando, assim, a evolução do transporte marítimo internacional.

Cais mais largo e mais profundo

O principal objetivo da empreitada é garantir que, após a intervenção no canal de navegação e no cais comercial, o Porto da Figueira da Foz possa operar navios de maior porte e com maior segurança, beneficiando todas as embarcações que utilizam a área portuária.

Para isso, está previsto o aprofundamento da barra, do canal de navegação e da bacia de manobras (desde a barra até à ponte Edgar Cardoso), a ampliação do cais e o seu apetrechamento — incluindo o aprofundamento, infraestruturas hidráulicas e elétricas de apoio, construção de um novo pontão para estacionamento de rebocadores, remoção dos molhes da Doca dos Bacalhoeiros e reabilitação dos paredões de poente e nascente —, permitindo a criação de uma bacia de manobra em frente ao cais acostável. A empreitada inclui ainda trabalhos de minimização de impacto ambiental e ações arqueológicas.

A nova estrutura será suportada por 126 estacas metálicas, sendo que só esta componente de betão armado e fundações representa um investimento de 5,38 milhões de euros — cerca de 26% do valor total da empreitada. O projeto prevê ainda o apetrechamento do novo cais com equipamentos de apoio à operação portuária, como defensas, cabeços de amarração, escadas metálicas e argolões, com vista a uma maior segurança e funcionalidade.

Investimento partilhado: um “projeto diferenciador”

A obra é cofinanciada por várias fontes: 9,1 milhões de euros através do programa “Sustentabilidade 2030”, 4,4 milhões de euros por empresas privadas com atividade no porto (Celbi, Navigator, Operfoz e Yilport) e 8,4 milhões de euros com fundos próprios da Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF).

As fontes de financiamento tornam este um projeto “diferenciador em termos de investimento em infraestrutura”, segundo o presidente da Comunidade Portuária, Gonçalo Vieira, sublinhando que esta é a primeira vez, em Portugal, que há um investimento privado a apoiar diretamente a infraestrutura portuária. Considerou ainda que esta é “a obra para as próximas duas décadas. Uma obra que vai ficar para o futuro da Figueira da Foz”, potenciando não só a carga produzida localmente, mas também “em toda a região Centro”.

Eduardo Feio, Presidente do Conselho de Administração do Porto da Figueira da Foz, aproveitou o momento para salientar que “este aprofundamento é fundamental para todos os que usam o porto, desde o comércio à pesca, passando pelo recreio”, acrescentando que a intervenção “vai permitir trazer outra tipologia de navios, nomeadamente os pequenos cargueiros”. Realçou ainda que a obra é relevante porque “ganhamos uma quota de 8”, o que permitirá “receber neste porto navios com calado de 8 metros”.

Também Pedro Santana Lopes, Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, considerou esta obra uma “decisão importantíssima” e “um sonho agora tornado realidade”.

“Um novo ciclo para os portos de Portugal”

O Secretário de Estado das Infraestruturas referiu que esta intervenção marca “um novo ciclo” para o Porto da Figueira da Foz e também “um marco daquilo que será o novo ciclo para os portos de Portugal”. Num discurso em que delineou as prioridades estratégias do Governo para o setor — assente na sustentabilidade, digitalização e intermodalidade — Hugo Espírito Santo sublinhou que o Porto da Figueira da Foz “tem um papel central” e que a meta é atingir “três milhões de toneladas por ano”.

Sobre a obra, cujo desenvolvimento principal se inicia agora, o Secretário de Estado destacou que é “fundamental para conseguirmos ter embarcações maiores”, uma vez que “o mercado de shipping a nível mundial vive de embarcações maiores”. Expressou ainda a sua ambição para que o Porto da Figueira da Foz “seja o porto de referência para toda esta zona industrial”, uma vez que considera que “tem um papel central de carga contentorizada”.

Com este investimento, o Porto da Figueira da Foz dá um passo firme na modernização da sua infraestrutura, garantindo mais eficiência, maior atratividade para novos tráfegos e reforçando o seu papel estratégico no sistema portuário nacional.

 

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